22 de outubro de 2007

Memórias de bibliotecas 1

No meu liceu (era assim que antes se dizia) havia uma biblioteca, é verdade. E, à falta de outros espaços, até que muito frequentada, sobretudo em dias tristes de inverno, aproveitando a falta de algum professor.

Era um espaço espartilhado por normas rígidas, sem computadores, que ainda os não havia, sem televisões, sem vídeos, sem sons de qualquer espécie. Mas a biblioteca da minha escola tinha uma coisa especial, intrigante, apetecível, assim com apelo a transgressão. O que aquela biblioteca tinha de mais atractivo era... uma lista de livros proibidos!! ...

Foi assim, pelos meandros desse obscurantismo irracional que por então grassava, que me tornei íntima dos personagens do Eça de Queirós, e sua ávida, fidelíssima leitora !...



Eça de Queirós é considerado o grande romancista da literatura portuguesa, quer pela sua amplidão temática (dominada pela crítica da sociedade contemporânea e pelos desmandos do amor sensual, ex. O Crime do Padre Amaro, 1875, e O Primo Basílio, 1878), quer pela capacidade narrativa (manifestada na orgânica realista e decadente de Os Maias, 1888), quer pelo rigor e criatividade do seu estilo impressionista (que culmina na prosa animista de A Cidade e as Serras, 1901). (Instituto Camões)http://www.instituto-camoes.pt/cvc/literatura/ECA.HTM

ana lima

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