Uma Mentira Mil Vezes Repetida, de Manuel Jorge Marmelo, é a obra vencedora do
Prémio Correntes d'Escritas 2014, anunciou esta quinta-feira a organização do
encontro literário na Póvoa de Varzim. A obra é elogiada pelo júri como “uma
singular parábola sobre a literatura e o seu poder redentor” que confirma “a
maturidade do autor no domínio da narrativa”.
Uma Mentira Mil Vezes
Repetida foi
escolhido entre 15 obras finalistas e, segundo o júri constituído por Isabel
Pires de Lima, Carlos Quiroga, Patrícia Reis, Pedro Teixeira Neves e Sara
Figueiredo Costa, trata-se de uma narrativa “potencialmente infinita e de
assumido pendor borgesiano”, que “permite lançar pontes para uma reflexão sobre
os totalitarismos”.
Nesta
obra, que Marmelo considera o seu "romance mais maduro", “o narrador
é alguém que vai inventando um livro que não existe, e que é atribuído a um
judeu húngaro que terá fugido durante a II Guerra Mundial”, fuga durante a qual
chega a Portugal.
O Prémio Literário Correntes
d'Escritas/Casino da Póvoa é atribuído anual e alternadamente à poesia e à
prosa. Neste ano da prosa, a Câmara da Póvoa de Varzim seleccionara como
finalistas, além de Uma Mentira Mil Vezes Repetida, A Instalação do
Medo, de Rui Zink, A Luz É Mais Antiga que o Amor, de Ricardo
Menéndez Salmón, A Maldição de Ondina, de António Cabrita, A Sul. O
Sombreiro, de Pepetela, A Vida no Céu, de José Eduardo Agualusa, Caligrafia
dos Sonhos, de Juan Marsé, Dentro de Ti Ver o Mar, de Inês Pedrosa, Diário
da Queda, de Michel Laub, Metade Maior, de Julieta Monginho, O
Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe, O Retorno, de Dulce Maria
Cardoso, Pai, Levanta-te, Vem Fazer-me um Fato de Canela, de Manuel da
Silva Ramos, Quando o Diabo Reza, de Mário de Carvalho, e Um Piano
para Cavalos Altos, de Sandro William Junqueira.
Fonte:
PÚBLICO