9 de maio de 2014

Era uma vez um país...


Era uma vez um país…
Cinzento, calado, assustado…
Descontente, dormente…
Acorrentado durante mais de 40 anos à ditadura a que Salazar chamara Estado Novo e que, mais tarde, Marcelo Caetano designou por Primavera Marcelista.
Os portugueses sonhavam com um país onde todos pudessem viver felizes, com liberdade para…
… frequentar a escola;
… ler o que se quisesse (e não o que a censura escolhia);
… expressar uma opinião (sem recear ser preso pela PIDE, a polícia política que vigiava e castigava todos os que se atreviam a falar mal do governo);
… escolher os governantes (sem ter que aceitar o governo escolhido por eleições manipuladas pelo regime);
…dizer NÃO a uma guerra colonial que levava para África os jovens, obrigados a cumprir o serviço militar
E um dia o sonho deixou de ser só um sonho. Os militares disseram BASTA! Cansados da guerra e da falta de liberdade, criaram o Movimento das Forças Armadas (MFA). O major Otelo Saraiva de Carvalho fez o plano militar e, na madrugada de 25 de Abril de 1974, a operação "Fim-regime" tomou conta dos pontos mais importantes da cidade de Lisboa- o aeroporto, a rádio e a televisão.

Para os militares saberem o momento exato para avançar, foram definidas duas músicas, as "senhas" da revolução: a primeira foi "E Depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, a segunda "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, que ficou, para sempre, ligada ao 25 de Abril.

As forças do MFA, lideradas pelo capitão Salgueiro Maia, cercaram e tomaram o quartel do Carmo, onde se refugiara Marcelo Caetano. A ditadura chegara ao fim!

A notícia espalhou-se pelo país… a população recebeu-a com alegria e saiu à rua para abraçar a democracia. Uma florista, que ia a passar com ramos de cravos na mão, começou a oferecê-los aos soldados… o cravo passou assim a ser o símbolo da liberdade.

Os responsáveis pela ditadura foram afastados, os presos políticos libertados e a democracia instaurada
E porque…

…este foi um momento que não podemos esquecer…
…é a democracia que queremos manter;

Prestemos, hoje, 40 anos depois, a nossa homenagem aos Capitães de Abril e à Revolução dos Cravos.

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