A directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Irina Bokova, exortou esta quinta-feira para o ensino em língua materna para ajudar na luta contra o analfabetismo e contribuir para a qualidade da educação.
Irina Bokova fez este apelo na sua mensagem por ocasião do Dia Internacional da Língua Materna que se assinala hoje, 21 de Fevereiro, depois de, em 1999, a UNESCO proclamar a data com o objetivo de promover a diversidade linguística e cultural e o plurilinguismo.
“Encorajamos o ensino na língua materna, o que facilita a luta contra o analfabetismo e contribui com a qualidade da educação, porque a proteção das línguas também garante a salvaguarda e a transmissão de conhecimento indígena e raro, sendo que, ao fornecer a cada um de nós um meio para que sejamos ouvidos e respeitados, essa também é uma força de inclusão social”, disse.
Segundo Irina Bokova, para assinalar a data deste ano, a UNESCO decidiu explorar os elos entre línguas e livros por serem considerados uma força em prol da paz e do desenvolvimento que deve estar nas mãos de todos.
“Os livros são também ferramentas cruciais de expressão que ajudam a enriquecer as línguas, ao mesmo tempo em que registam as suas mudanças ao longo do tempo”, indicou.
Para essa responsável, nesta era de novas tecnologias, os livros permanecem como instrumentos de fácil manuseio e são os pilares das sociedades do conhecimento e são “essenciais” para a promoção da liberdade de expressão e para a educação para todos.
“A vitalidade das línguas depende tanto do intercâmbio oral quanto da produção em larga escala de material de ensino e textos impressos e, em alguns países, a escassez de livros e livros didáticos em língua local dificulta o desenvolvimento e a inclusão social e representa uma violação do direito à liberdade de expressão”, frisou.
É nessa ótica que Irina Bokova regista que ferramentas digitais podem ajudar a preencher essa lacuna, mas que não são suficientes, razão por que considera que se deve “esforçar mais” para distribuir materiais e livros de forma “ampla e justa”, para que todas as pessoas possam ler na língua que escolherem, incluindo a sua língua materna, sendo que isso também pode impulsionar o progresso em direção a todas as metas da Educação para Todos até 2015.
“Neste 14º Dia Internacional da Língua Materna, convoco todos os parceiros da UNESCO, autores e professores de todo o mundo, em universidades, nas cátedras UNESCO e escolas associadas a trabalhar em conjunto para promover a importância da diversidade linguística e cultural e da educação em língua materna”, exortou.
Ao proclamar esta data, a UNESCO quis proteger as quase seis mil diferentes línguas existentes no mundo e, ao mesmo tempo, preservar a diversidade cultural, reconhecendo o papel que tem a língua materna, não só no desenvolvimento da criatividade, da capacidade de comunicação e na elaboração de conceitos, como também no facto de que as línguas maternas constituem o primeiro vetor da identidade cultural
Fonte: Expresso das ilhas
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