23 de outubro de 2007

A palavra aos Escritores 1- sobre livros e leitores

de Arturo Pérez-Reverte:
(...) o que não era mais que un objecto inerte de tinta e papel ganhava vida quando alguém folheava as suas páginas e percorria as suas linhas, projectando nelas a sua existência, os seus gostos, as suas virtudes ou os seus vícios. Agora tinha a certeza de algo vislumbrado no início(...) : que não há dois livros iguais, porque nunca houve dois leitores iguais. E que cada livro que se lê é, como cada ser humano, um livro singular, uma história única e um mundo à parte. (in La Reina del Sur)
[...] não há leitores inocentes. Perante um texto, cada um aplica a sua própria perversidade. Um leitor é aquilo que tenha lido antes, mais o cinema e a televisão que tenha visto. À informação que lhe proporcione o autor, acrescentará sempre a sua própria (in El Club Dumas)
Arturo Pérez-Reverte (Cartagena, Espanha, 1951)foi jornalista, mas presentemente dedica-se apenas à escrita. Como repórter de guerra, cobriu a maior parte dos conflitos bélicos que tiveram lugar entre 1973 e 1994. Escritor de grande êxito, está traduzido em 29 idiomas.É autor de uma extensa obra que com frequência foi adaptada ao cinema. Desde 2003 é membro da Real Academia Espanhola.

Entrevista a Pérez-Reverte-onde fala, por ex, do actual jornalismo,refém do poder..


ana lima

1 comentário:

Anónimo disse...

a rainha do sul foi o primeiro livro que li em espanhol. começa assim: "quando sonó el teléfono supe que la íban a matar."
já sabia que eram apaixonantes os romances do P.Reverte, pelo 'a pele do tambor'. 'a rainha do sul' foi também, em toda a minha vida de leitora apaixonada, o único livro' que reli de imediato: assim, da última página logo logo de volta à primeira, como se não quisesse sair daquele mundo encantatório onde P-Reverte me tinha mantido, numa espiral de prazer que percorri e percorri e percorri. pensei: que Homem inteiro, autêntico, este, que assim consegue entrar na alma de uma mulher. as/os? leitoras vestindo-lhe a pele, amando, sofrendo, fugindo. e de repente sou ela, naquelas ruas, naquele barco. naqueles braços. é ela e é criminosa. é ela e é traficante. é ela e eu quero ser ela, na prisão, na casa, sofrendo, amando, fugindo. e os livros. os livros. os livros. a luz gris de l'alba. a paixão mais paixão. um galego que morre e a dor, a dor, a dor. a dor infinita. a impossível dor. e morta renasce. é ela, sou eu, eu. para sempre, ela. passado, futuro. ela. eu.


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