Em vésperas de eleições nos Estados Unidos, a sugestão de uma leitura: Man in the Dark (clicar para ver sinopse, etc), um livro do escritor americano Paul Auster.
Numa estória dentro da estória, há um homem que, nas suas noites de insónia, vai imaginando, construindo uma América 'alternativa', cuja História começa no ano 2000, logo após a eleição de Bush. Revoltados com o resultado das eleições (em que Al Gore, reunindo mais votos, é, no entanto, derrotado - lembram-se daquelas contagens e recontagens?), os Estados começam a declarar a sua separação da União. O primeiro, claro! (ver em baixo porquê - 'claro' ) é o de Nova Iorque. Outros 15 se lhe seguirão e a América está em guerra. Nada de novo, só que, desta vez, não com o mundo, mas consigo própria.
Neste mundo paralelo, o 11 de Setembro (2001) nunca aconteceu. As torres gémeas continuam de pé. Não houve a invasão do Afganistão. Não há guerra no Iraque. «Há uma guerra civil em que não se disparam balas, mas sim ideias, e que se leva ao limite». Tão ou mais mortíferas, igualmente devastadoras. Ler aqui a entrevista do autor ao El País: - interessantíssima, elucidativa: «Nos EU há dois mundos que não comunicam entre si!»
O tema deste romance de Paul Auster 'nasce' de um inconformismo, uma não-aceitação do 'estado das coisas', no seu país: «Há oito anos, desde o golpe de estado legal que derrotou Al Gore, que sinto como se vivesse num mundo paralelo que acabou por tornar-se real, e tudo só tem vindo a piorar!»
Não é casualidade que a guerra civil de Brick (o 'homem no escuro') comece com a independência de Nova York. "E não é piada: há muita gente que pensa que NY deveria ser um Estado independente; tanto que, após o 11 de Setembro, houve uma revista de poesia que escreveu, na 1ª página: 'USA out of NYC'; muitos outros odeiam NY pelo que representa, com 40% da população vinda de fora...".
Acrescente-se que Auster votará em Obama ("em condições normais, tendo a Administração de Bush funcionado tão mal, Obama deveria ganhar, mas há a questão de ser negro: em 4 de Novembro veremos o quão racistas são os EU") - Paul Auster, ao El País
O livro, interessantíssimo, não está ainda traduzido em Portugal. Encontram-no na Fnac (ou podem encomendá-lo aqui ) na versão original. O Inglês é muito acessível. E .. recomendo-o vivamente! Vão ver que o lêem de um fôlego!:-)
Sobre o Paul Auster, há neste blog outro post, a 24 de Outubro. Podem vê-lo em vídeo, lendo excertos de 'Man in the dark' - garanto que vale a pena!:-)
postado por ana lima
4 comentários:
Confesso que nunca li nada, rigorosamente nada, de Paul Auster, embora já me tenha dado curiosidade uma ou duas vezes em idas à FNAC. Agora com esta sinopse que foi aqui colocada juntei-o indubitavelmente à minha lista de "tenho que comprar".
viste a lista dos meus preferidos em #24?
Acho q vais adorar o Paul Auster .. embora o inglês seja acessível (se o quiseres ler no original), a técnica narrativa nem tanto, e há temas um tanto 'negros', mas TÃO interessantes!!
Bjis, boas leituras
E.. já viste o q fazemos ao domingo? Pela minha parte, devia estar a corrigir testes... tenho-me perdido entre 'aqui' e pelo 'Umbigo', o tal blog sb educação
Aproveito o comentário a este post sobre o Paul Auster para deixar os parabéns à Ana e a todos os alunos que têm deixado os seus comentários. Estou agradavelmente surpreendida e prometo que vou voltar. Vou também tentar adquirir o livro para a BE para que o possam requisitar e ler.
Também eu fiquei com vontade de ler( vamos ver se o meu inglês o permite).
Parabéns Ana, mais uma vez.
Bjos
Rosário Lopes
Oi Rosarito:-))
Que querida!! Obrigada pelo teu comentário, tão gratificante .. só gostava q mais profs da escola (outras pessoas..:-) viessem cá dar uma vista de olhos, deixassem um incentivo.. enfim..
Bjis, obrigada outra vez, bom resto de domingo!
ana
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