4 de novembro de 2008

poesia: Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny


postado por ana lima

2 comentários:

Anónimo disse...

Professora, uma pergunta, que eu ontem estava com algum extase pelas eleições dos EUA que não cheguei a fazer: Ontem não estava no lugar deste post um poema de António Lobo Antunes em que ele estava constipado e criticava a mulher Lurdes (hehehe)? É que eu gostei mesmo muito desse poema e ontem à noite verifiquei que já cá não estava... Bjs, TM ^^

Anónimo disse...

Poema que faz pensar...
Beijos