Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.
Miguel Torga, Câmara Ardente
al
quadro: Alfred Gockel
3 comentários:
Não ser conivente, eis a questão. Não participar nesta farsa.
Dar provas de coerência
e de dignidade.
Poder a todos olhar de frente e dizer:
Eu não me vendi!
Eu não abdico dos meus valores!
Eu não deixo que me espezinhem!
Eu sou PROFESSOR!
Espero que sejamos MUITOS, que sejamos TODOS, a não ser coniventes, a dar um exemplo de cidadania e verticalidade.
al
Também nós, alunos, estamos esperançosos que saia do que se vai passar amanhã algum resultado. Força!
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