17 de janeiro de 2009

quantos seremos?

QUANTOS SEREMOS?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.

E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga, Câmara Ardente

al
quadro: Alfred Gockel

3 comentários:

Anónimo disse...

Não ser conivente, eis a questão. Não participar nesta farsa.
Dar provas de coerência
e de dignidade.
Poder a todos olhar de frente e dizer:
Eu não me vendi!
Eu não abdico dos meus valores!
Eu não deixo que me espezinhem!
Eu sou PROFESSOR!

Anónimo disse...

Espero que sejamos MUITOS, que sejamos TODOS, a não ser coniventes, a dar um exemplo de cidadania e verticalidade.

al

Anónimo disse...

Também nós, alunos, estamos esperançosos que saia do que se vai passar amanhã algum resultado. Força!